sexta-feira, dezembro 29, 2006

Queria escrever sobre o amor. E o fiz.

Queria escrever sobre amor, sobre como ele é, ou melhor, como penso que ele o é.
Queria apenas escrever, não para alguém, mas para parar de me agonizar.
Ah, o amor, motivo de desnorteamento feminino e algumas vezes do riso masculino.
Ah, o amor...
Amor é um sangramento que não se vê sangrar.
Arde por dentro quando se ama.
É o amor, uma oposição a todas as virtudes tônicas dos filósofos mais renomados deste mundo.
Compaixão.
Amor: Sentimento mais venerado pelos gregos e rock stars.
Ah, o amor...
Suga da seiva mais profunda do coração quando se conhece uma pessoa especial para você.
Sim, o amor, o mesmo que te faz chorar e pensar;
O mesmo que te faz rir e gozar, como quando ouve um sussurro ao pé do ouvido de quem gosta de você.
Ah, o amor...
Que faz você esperar para todo o sempre pela pessoa que disse voltar outrora.
Fraqueza, bobagem, pode chamar do que quiser, eu o chamo de amor.
Queria apenas escrever sobre o amor e o estou fazendo, penso que é assim que deveria ser.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

?

Uma hora?
Se toca.
Mais Tarde?
Não enche.
Nunca.
Espera...
Você não sabe muito o que quer, sabe?
...Não.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

A Noite

Ás onze da noite, o vento já lhe cortava o rosto, o céu, havia sumido, deixando em seu lugar apenas escuridão, ofuscada por algumas nuvens esfarrapadas. Embora as ruas estivessem livres de pedestres, vários carros passavam, rasgando o silêncio e com ele a beleza da noite. Nada disso parecia incomodá-lo, distante, como se tivesse refugiado sua mente em outra dimensão. Naquela noite, os carros, as nuvens, tudo isso possuía pouca, talvez nenhuma relevância, nada parecia mais belo que aquela noite. As nuvens eram levadas pelo vento e revelavam estrelas de brilho cintilante, mais brilhantes do que estrelas de noites cotidianas. O céu havia nos abandonado, e estrelas apaixonadas vinham nos dizer que não precisamos dele. A Lua, enorme, que fazia os astrólogos parecerem charlatões, dizendo que a lua estava a milhares de quilômetros de mim, mas que ele podia ver claramente que na verdade estava a poucos palmos de distancia. Mas mesmo assim, algo lhe intrigava e o revoltava. Como uma noite tão especial podia passar despercebida pelas pessoas? Porque elas buscavam beleza em coisas tão fúteis, que por mais esforçadas que fossem, não se comparavam com a beleza e suave singularidade daquela noite, daquele céu com estrelas que desconheciam a cidade, mas que hoje decidiram abençoar os prédios e seus parasitas. Hoje, sairemos das nuvens para iluminar as pessoas, dar-lhes um alívio para o caos da existência. Hoje, dançaremos para o mundo, e o mundo dançará conosco, e a dança irá espantar os problemas do mundo, e os problemas do mundo serão levados a um ponto de vista cósmico, e, ridicularizados, sumirão. Por mais que exista tanta dor e sofrimento, noites como essa vem nos tomar em seu colo, nos consolando, e no embalo de seus braços, dormimos.