quarta-feira, janeiro 30, 2008

Boemia

Já está decidido, vou dar uma volta pra ver o que vira esta noite.
O que eu quero é simplesmente o que os meus amigos também querem, e se é assim por que não aderir?
Só pelo prazer, não menos raro por ser simplório, de retomar aqueles velhos clichês de embriaguês e muita putaria.
Um pouco de filosofia etílica para relembrarmos que somos capazes de nos tornamos, novamente, jovens pseudo revoltados com o sistema, que nos oprime e nos torna mediocremente fascinados pela ilusão do sucesso alcançado pela escravidão espiritual, mas nesse ponto nem tanto, porque para um ateu o simples fato de se falar nisso pode vir a se tornar uma grande dor de cabeça, pesando sobre a dor da existência efêmera e blá, blá, blá...
O cheiro do álcool destribuído em cervejas, vodkas, cachaças e batidas, somado ao perfume de uma vadia que se joga no seu colo e lambe o seu pescoço - aí multiplica-se pelas risadas desprovidas de cabimento nem razão, sem motivo muito menos compreensão. O ponto alto da sua felicidade noturna é a primeira tragada, após bolar o beck.
O frio é essencial, o calor é amistoso.
A carência de dias e dias no estresse total é toda dilapidada e transforma-se em uma ferocidade pré histórica.
Alegria maior não há não, quem ainda não sabe disso não tem motivos para se dizer feliz de verdade.
Depois sobram os casais, sobram os amigos bêbados - pelados, largados pelas calçadas rua acima.
Ressaca é amiga, e você acorda com uma desconhecida.
A melhor vida.

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