segunda-feira, agosto 11, 2008



Recorrerei à unica forma que encontro, no momento, de tentar esclarecer o que há pouco fôra tão claro para mim. E aqui trancarei este sentimento, no direito de dizer que muitos o sentem tão poucas vezes na vida, e quase certo também afirmo que ele vem como um prazer perverso.
Nesses momentos é que entendemos o significado de uma música um pouco mais triste, uma melodia receosa de espectativas positivas.
(...)
Sinto medo de estar confundindo as coisas, de estar generalizando atitutes exclusivas de uma pessoa à tantas outras, talvez só pelo fato de pertencerem ao mesmo sexo, ao mesmo patamar social. Talvez não seja assim com todas elas, talvez exista uma mulher em que a gente possa confiar o nosso amor, tão facilmente dado de todo o coração quando há um tom de carência traçado em nossa personalidade.
Em meio a um mar de opções, o complicado parece estar sempre a um passo de minha escolha. Não é sempre, mas na maioria das vezes - a memória é seletiva, então é mais fácil se lembrar de escolhas mal feitas, pois se houvesse alguma que deu certo, então certamente lembraria-me dela.
O discurso está negativo demais, melancólico demais. Talvez eu nem transparece o que estou escrevendo aqui - como uma forma de alívio - talvez eu precise de um psicólogo, mas também existem algumas gotas de lágrimas que pretendo deixá-las cair, mas não as disperdiçarei por agora, sei que é passageiro e que as lágrimas me são raras.
A rotina é pesada, é estressante, cumprir com os deveres agora fica muito mais difícil. Pensar nisso pesa mais na cabeça do que qualquer semana de aulas intermináveis. E eu me julguei ser forte o bastante para encarar a realidade, esta que poucas vezes encaro, que mascaro por comodismos e sonhos bobos. Engraçado como uma situação dessas, quando alguém que você acredite ser a pessoa certa, lhe dispõe as cartas e prejulga a derrota lhe faz ficar sem ação. Lhe faz agir como um idiota, querendo tomar para si a liberdade de escolha que cada um tem. Dê poder à um homem e conhecerá este homem, ofereça frustações à este mesmo cara e o terá como uma criança, diante de seu maior medo.
Rejeições.
Poder parecer, depois de um tempo, que você tem o controle da situação - nada lhe afetará, todos gostarão de você e em nenhum momento você vai se encontrar sozinho, andando pela rua no final de semana sozinho, como um cão sem dono procura um abrigo ou um companheiro.
Fui omisso, incoerente com o que sentia. Levo uma lição: nunca abandone, por nenhum momento a pessoa que você segura a mão olhando para o céu. Quando você lhe diz as palavras mais doces e espontâneas, que até parecem sair de um novela, quando você é sincero o bastante para causar-lhe uma sensação de emoção, comoção, felicidade, paz e bem querer, jamais abandone esta pessoa. Não deixe a dúvida permear onde antes estava o seu perfume.
Sinto-me ao menos com aquela sensação depois do choro, mas sem o choro. Alívio. Uma vergonhosa paz pedindo passagem. Uma falsa liberdade que me trancafia no desejo de querê-la por completo.
Mas as emoções em demasia não trazem boas consequências, até para amar precisamos de um pouco de cautela. É um paradoxo. Sobrepor razão à emoção. Onde já se viu isso? Vivamos então sob a maldição deste paradoxo. Com cautela, sempre com cautela.

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