Mórbidas ironias

Escravos do consumismo defendendo o socialismo.
Pobres sem-teto dando sua vida pelo capitalismo.
Matadores de aluguel com camisetas de Marx.
Admiradores de Bakunin com broches políticos em reuniões de emprego.
Físicos e cientistas tementes em carros protegidos por Jesus.

Pessoas gritando liberdade sobre seu barris de petróleo
Construindo muralhas de segregação perante o medo da exposição
Rindo escondidas em sua proteção
Enquanto outros gozam e abusam da verdadeira liberdade
Felicidade.

Mas o que é felicidade?
Uma casa de dois milhões com aparelhos ultra-modernos e ultra-sofisticados, com ultra-proteção e ultra-medo de tudo e todos?
Ou apenas uma vida simples, casa 2 quartos, chinelo no pé, ultra-forró-pé-de-serra, ultra-pé-de-frango, ultra-humildade e ultra-inveja?

Talvez, nem um nem outro.
Meio-termo. Busco enfatizar sempre que escrevo.
Sem prerrogativas ou diferenças, sem utopias ou desejos quebrados.
Talvez isso sim, seja uma utopia.

Sociedade estagnada?
Talvez.
Sociedade desigual?
Bem improvável.

Modo de vida primitivo.
Quem disse?
Com um incentivo científico teremos tudo o que necessitamos e NÃO necessitamos.
Em outras palavras: a sociedade continua, todos “iguais” perante o estado, o processo científico será beneficiado e haverá progresso.
Utopia?
Não acho.