segunda-feira, abril 23, 2007

Este esquerdo sente o direito

Quando você é criança, é cercado pelo mundo colorido, pelos lanches rápidos e gostosos, pelos brinquedos fantásticos e pelas novas manías surgidas a cada dia. Mas uma criança não tem dissernimento sobre a complexidade que as coisas (por mais simples que possam parecer) a sua volta têm. E essa criança cresce um pouco mais. Sua visão ainda pequena de mundo alia-se ao seu coraçãozinho quente de emoções repentinas. Um consumistazinho que já foi moldado pelas graças do mundo azul/rosa à sua volta.
E agora esses interesses adequam-se à outras coisas das quais adquirem o mesmo valor de quando há dez anos. E a soma não pára... E num passe de mágica você abre os olhos e, PAM! Todos a sua volta estão envoltos de uma homogeinedade sem parâmetros para a falta de personalidade. Jovens pré moldados pela mídia, pelas escolas, pelos amigos, pela moda, pelas tendências, pelos pais, pela igreja. Jovens moldados!!! Bonequinhos de porcelana pintados por mãos malignas. E essas criaturas medonhas vão adquirindo hábitos cada vez mais sem razões. Começam a fazer disputas irreais entre si: quem é o mais bonito? quem pega mais mulher? quem tem o cabelo liso? quem é sarado? quem tem esse tênis? quem tem esses hábitos? E mesmo sem nenhuma utilidade para si, fazem disso como um percurso a ser trilhado. E incoerentemente com sua filosofia "legal" e "igualitária" de viver, se veêm cercados à sua volta por nuvens de preconceito. E todos que não pertencem a essa constante infeliz são lançados para o lado dos crocodilos. Pois que queimem na fogueira das vaidades essas pobres pessoas! Quantas vezes você não fez um milagre para ser melhor? Quantas vezes a injustiça lhe deu as mãos e a dor subjulgou as razões? Por melhor que você seje, por mais certo, por mais correto, o mundo acaba lhe oprimindo e lhe excuíndo. Até relevo o discurso dos falsos profetas de que o mundo é o lugar do diabo. Com certeza. Talvez não do diabo. Mas é um lugar ruím. Ruím para muitos. Você vê dezenas de talentos disperdiçados e jogados no lixo. É deprimente. Vivemos na merda que vivemos, e quanto mais se soma ao excremento gigante, mais miseráveis nos tornamos. Todo o preconceito que existe inocula um veneno na capacidade de cada um que se diferencie da maioria tola. Que triste não? E se todos pudessem mostrar realmente seu verdadeiro talento? Por que, na escola, exigem tanto de um garoto que não goste de química por exemplo, mas que manda bem em redação e história? Acho errado a maneira egoísta de se pensar, de acordo com o sistema. Se cada um fosse valorizado de acordo com a capacidade, ou com o "dom" que lhe é inerente, teríamos um mundo diferenciado, mesclado de gente criativa e talvez dessa maneira pudéssemos evoluir monstruosamente. Por mais que eu me inclua por vezes nesses hábitos, sei que faço parte da minoria que se questiona. A igualdade está em cada um de nós. Somos todos, acima de tudo, habitantes do mesmo planeta. Pena que talvez um papel diferencie esse, daquele. Um simples papel entitulado "documento". Um simples "direito" que já exclui vários. Direitos... Os direitos estão errados, não ? Inadequados, melhor dizendo. Acho que o direito de igualdade, há muito, já caíu por terra. Talvez todos tenham direito a não pensar. E a maioria cumpre bem.

Um comentário:

Jordana, disse...

eu já falei que você é bom?
então..