sábado, janeiro 06, 2007

Inferno

Brindemos à nossas almas e compartilhemos do mesmo destino insólito.
Nossas penas reverenciadas sobre um prato de sangue e víceras: fétido, cadavérico e crú, que nos foi servido junto a balbúrdia das lamentações.
Impiedade, fraqueza e non-sense contínuos...
Brindemos à desgraça e a desesperança!
Desabrigo, casas que cairíam por terra mesmo se fincadas sobre a fé dos mais fervorosos.
Escuridão, meu tudo e meu nada, meu prêmio de desconsolo e desilusão...
Insensibilidade mórbida adquirida perante meu escravismo espírito-carnal interminável frente ao fogo que queima o fogo!
A fruta azeda coberta de vermes grudentos de sangue amarelado povoam meu desejo mais real.
Onde tudo é mais terrível que o pior dos desastres atômicos, onde nada vive e rasteja com fome eterna...

Nenhum comentário: